segunda-feira, 18 de abril de 2016

Marido de deputada que votou sim é preso por corrupção




Jornal GGN Ontem (17), a deputada federal Raquel Muniz, do PSC, votou sim no processo de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ela disse que votava pelo seu marido contra “essa maldita corrupção”.

Hoje (18), o marido, Ruy Adriano Borges Muniz, prefeito de Montes Claros foi preso preventivamente pela Polícia Federal. Ele é acusado de usar meios fraudulentos para inviabilizar o funcionamento de hospitais da cidade. Entre eles, o Hospital Universitário Clemente Faria, Santa Casa, Aroldo Tourinho e Dilson Goldinho. A ideia era prejudicar esses hospitais para favorecer o Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira que, segundo a PF, pertence ao prefeito e seus familiares.

O prefeito e a secretária de saúde do município, Ana Paula Nascimento, devem responder pelos crimes de falsidade ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e peculato. A operação "Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde" deve cumprir quatro mandados de busca e apreensão na Prefeitura, Secretaria de Saúde e na casa dos envolvidos.

No final do ano passado, prefeito e deputada, marido e esposa, foram acusados pela Receita Federal de praticarem estelionato, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa, evasão de divisas, descaminho, associação criminosa e falsidade ideológica. Eles teriam tentado comprar equipamentos hospitalares na Alemanha, usando o CNPJ da Associação de Promoção e Assistência Social, vinculada à Prefeitura. O problema é que os equipamentos seriam instalados no Hospital das Clínicas do Grupo Soebras, grupo econômico ao qual eles pertencem.

Depois de concluídas as investigações, a Receita concluiu que “Ruy Adriano Borges Muniz e Tânia Raquel Queiroz Muniz arquitetaram a fraude para importar tais bens por meio da Amas Brasil, Soebras e Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira, associações formais cujos integrantes dos Conselhos Fiscais e Diretorias são interpostas pessoas laranjas”.

Os equipamentos médicos foram apreendidos por dano ao erário e são avaliados em quase R$ 9 milhões. “As decisões judiciais, tanto na primeira instância quanto na segunda, foram, até o momento, desfavoráveis aos autuados, incluindo a sentença que denegou a segurança. Da mesma forma, a empresa exportadora, alegando não ter recebido a importância comercializada, ajuizou mandado de segurança para devolução dos bens ao exterior, mas também obteve decisão judicial desfavorável”, informou a Receita em nota. A Receita enviou o caso para o Ministério Público Federal, que passou a dar andamento à ação criminal.

A deputada anticorrupção ainda não comentou os desvios. Ela pode acabar presa junto com o marido.

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